domingo, 9 de janeiro de 2011

Uma palavra do bem

Referencias: os quatro evangelhos.

O Evangelho manda andar quieto, com pouco peso, sem papo furado pelo caminho, indo sem força própria, mas como um cordeiro ainda que em meio aos lobos; e isso sem desejos inquietos, sem frisson social, antes, desejando paz onde se entra; e permanecendo onde quer que se seja acolhido por filhos da paz; e manda ainda o Evangelho que em se indo... — que se pregue e se cure os doentes; e que se anuncie que o reino de Deus é chegado sobre todo aquele que crê.

O Evangelho manda que se ande sem ansiedade pelo que comer ou beber; pois, o Pai sabe e cuida; antes exorta a que se busque o reino em nós como bem maior; e garante que a simples Presença Primeira do Reino em nossa existencialidade, harmoniza a vida à nossa volta, de modo que todas as coisas que nos sejam necessárias nos serão acrescentadas.

O Evangelho manda que nossa alegria seja espiritual e não fundada nas cócegas irrisórias dos valores de neblina deste mundo.

O Evangelho ordena que a ninguém olhemos com preconceito, a menos que desejemos receber o conceito de Deus contra nós.

O Evangelho manda que nossas melhores festas sejam dadas a quem nunca tem alegria, como pobres, cegos, coxos, paralíticos, marginalizados e doentes.

O Evangelho diz-nos que perdoemos sempre; mesmo que seja algo inconcebível como 70 x 7 por dia.

O Evangelho afirma que Jesus só comparece a ajuntamentos de perdão, reconciliação e harmonia; ainda que apenas de duas ou três pessoas.

O Evangelho não ensina a fazer da Fé um Show e menos ainda o Show da Fé; ao contrario, manda que tudo seja feito de modo que mesmo o maior impacto seja logo esvaziado de todo show, para que fique apenas a pessoa e Jesus.

O Evangelho manda que não se tenha respeitos humanos, mas apenas respeito pelo ser humano; sendo que o primeiro tem a ver com posições e poder; e o segundo com a mera constatação reverente do outro como um ser.

O Evangelho designa homens e mulheres para serem sal, luz, sombra, ninho, abrigo, água fresca, pão, telhado, abraço, acolhida, hospitalidade, solidariedade, verdade, justiça, presteza, integridade, honestidade, lealdade, simplicidade e amor de Deus para com todos os homens; e, antes disso, uns para com os outros como discípulos de Jesus.

O Evangelho manda fazer o bem com a ignorância da naturalidade do amor de uma pomba; e discernir o mau com o olhar de uma serpente.

O Evangelho manda amar ao próximo como a nós mesmos, pois, somente assim o bem ao próximo é feito como quem toma banho, cuida de uma ferida, e penteia o cabelo sem virtude pessoal no que faz por si mesmo.

O Evangelho manda amar a Deus sobre tudo e todas as coisas, pois, sem o amor de Deus, que coisas haverá para serem de fato amadas e apreciadas?

Ora, eu poderia escrever até morrer de exaustão, sempre dizendo o que é o Evangelho e o que ele nos ordena como discípulos. Todavia, tudo o que se diga para sempre sobre isso, jamais será mais do que o que o Evangelho é: Deus, em Cristo Jesus, reconciliando consigo mesmo o mundo; e a nós de quebra...; e nós, por essa razão, tornando-nos os mais felizes, gratos e perdoadores de todos os seres humanos; inclusive de nós para nós —; e, portanto, os pobres que enriquecem a muitos.

Mas para quem desejar conferir por só saber que algo é o Evangelho se vier “entre aspas” ou com um monte de referencias ao “livro Bíblia”, abra a Bíblia e veja.

Eu, entretanto, escrevo assim [sem referencias ou citações], de propósito, desafiando os descrentes a lerem os evangelhos a fim de encontrarem qualquer coisa que não seja exatamente aquilo que nas palavras acima ditas expressam o espírito das palavras do Evangelho.

É somente assim o caminho que leva de meninos a homens! — Boys to Men!

Nele, que é a Palavra da Vida; o Evangelho,

Caio Fabio

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Compulsão Alimentar

Observações sobre a Compulsão Alimentar

Os Comportamentos Compulsivos são também chamados de Comportamentos Aditivos. São hábitos aprendidos e seguidos por alguma gratificação emocional, normalmente um alívio de ansiedade e/ou angústia. São hábitos mal adaptativos que já foram executados inúmeras vezes e acontecem quase automaticamente. As compulsões, comportamentos estereotipados, não são agradáveis nem úteis, mas fazem com que a pessoa fique muito ansiosa se não executá-los. Mesmo reconhecendo que esses rituais são irracionais o paciente não consegue deixar de repeti-los numerosas vezes.
A compulsão alimentar é um transtorno muito comum nos dias de hoje, não é uma doença, embora muitas vezes mal compreendida. Ela ocorre quando um indivíduo consome regularmente uma grande quantidade de comida, de uma só vez ou várias vezes ao dia, mesmo quando não tem fome e depois se sente física e/ ou psicologicamente desconfortável por comer tanto. Percebe-se em pessoas de qualquer sexo, raça, idade ou nível sócio-econômico e, como quem sofre do transtorno de compulsão alimentar aumenta com frequência de peso ou se torna clinicamente obeso, torna-se passível de contrair uma grande variedade de doenças.
O transtorno da compulsão alimentar tem pelo menos três das seguintes características: comer depressa; comer até atingir mal-estar físico; comer quando não se tem fome; comer sozinho, ou ter sentimentos de vergonha e culpa em relação à alimentação; expressar descontentamento com a aparência, peso ou auto-estima; exprimir repugnância em relação a hábitos alimentares, peso, corpo ou aparência; sentir-se subjugado, envergonhado ou culpado durante ou depois de um episódio de voracidade; comer quando está sob pressão ou se sente psicologicamente diminuído; e como já foi dito, ingerir uma quantidade excessiva de comida, mesmo quando não tem fome.
Não há uma causa bem estabelecida para a ocorrência de Comportamentos Compulsivos. Pode-se falar em vulnerabilidades e predisposições, seja de elementos familiares, tais como os hábitos conseqüentes à extrema insegurança e aprendidos no seio familiar, seja por razões individuais e relacionados às vivências do passado e a ao dinamismo psicológico pessoal, seja por razões biológicas, de acordo com o funcionamento orgânico e mental.
Assim, Comportamentos Compulsivos ou Aditivos podem ser entendidos como atitudes (mal-adaptadas) de enfrentamento da ansiedade e/ou angústia, trazendo conseqüências físicas, psicológicas e sociais.
Normalmente os Comportamentos Compulsivos precisam de tratamento quando têm como conseqüências, prejuízos significativos à vida da pessoa ou ao seu entorno sócio-familiar. No entanto é significante o número de pessoas que conseguem reverter o quadro compulsivo alimentar seguindo algumas regras, tais como:
- não faça dietas muito rígidas, pois assim você estará se privando de muitos alimentos. Além de perder em nutrientes, esse tipo de regime colabora para a compulsão;
- lembre-se de que por mais gostoso que seja um determinado alimento ele não irá desaparecer da face da terra.Você poderá comê-lo mais tarde ou mesmo outro dia. Não é preciso devorar tudo o que vê pela frente.
- entenda que nenhum tipo de comida está proibido, mas apenas restrito. A proibição de um alimento, cria um desejo exagerado por ele.
- ao terminar uma refeição, levante-se da mesa. Muitas vezes você continua a comer apenas porque a comida está na sua frente.
- lembre-se, de que a comida só cura a fome. Problemas e sentimentos tem outro tipo de solução, como uma boa conversa, um desabafo, uma ida ao cinema, um esporte, etc.
- não pule refeições. Um grande intervalo de tempo sem comida pode deixá-la compulsiva no momento em que for se alimentar novamente.
- evite comer quando estiver cansada, você vai querer comer rápido para depois ir descansar; nesse comer rápido, provavelmente vai comer mais do que seu organismo precisa. Faça o inverso, ao chegar em casa, depois de um dia de trabalho, tome um bom banho ,vista uma roupa confortável e depois vá comer.
- não coma em pé ou andando pela casa. Assim não vai saborear os alimentos e nem perceber quando estiver saciada.
- preste atenção ao sabor dos alimentos. Afinal, comer deve ser sempre prazer. Se estiver comendo algo de que não gosta muito, ou que não está bem preparado, pare. Seja mais exigente. Escolha sua comida. Coma devagar, pois só assim poderá perceber quando estiver satisfeita. Comer devagar é questão de treino.
- e, principalmente, quando sofrer um ataque de compulsão, não se xingue, não se recrimine. Sentindo-se culpada, você será tentada a comer ainda mais. Perdoe-se e volte com a cabeça de magra na refeição seguinte.
- aceite-se.Sua maneira de comer e a forma de seu corpo não são boas nem más. Quando você cura sua alimentação compulsiva, seu corpo sente essa mudança e volta a ter seu peso natural, o peso natural para você conforme sua idade, atividade física, etc...
- anote sua dieta. Ter um caderninho para anotar tudo o que come ajuda a se familiarizar com seu padrão de alimentação e a perceber exatamente o que deve ser mudado.

Regina Fernandes
Psicóloga - Psicanalista